ÚNICA VIVENTE
DE REPENTE DESCUBRO QUE SOU EU ÚNICA VIVENTE
DE UM MUNDO CUJAS PERSONAGENS PERDERAM-SE NO CAMINHO
CONTUDO, A MINHA MEMÓRIA TEIMA EM FAZÊ-LAS PRESENTES
NO DESEJO INCONTIDO DE DAR-LHES FORMAS, SITUÁ-LAS NO ONTEM
SE É QUE O ONTEM EXISTIU
CONFUNDEM-ME AS LEMBRANÇAS...
Ó MEMÓRIA, QUE PROVE AQUI A TUA FIDELIDADE!
SERIAM REAIS AS MINHAS PERSONAGENS?
AQUELE PORRE HOMÉRICO, TOMEI-O
JOGO DE COPA DO MUNDO...
MAYSA ESTAVA EM VOGA...
FLEURS DE ROCAILLE, O PERFUME...
A CIDADE DE VIDA BESTA
AS NOITES ERAM ESCURAS
CONVERSAVA-SE NAS CALÇADAS
BEBIA-SE VODKA. FUMAVA-SE MARLBORO
NAMORAVA-SE ÀS ESCONDIDAS
E POR AMOR, PECAVA-SE
E HOUVE QUEM ME DISSESSE
“E TU AI NESSE LUGAR, ALMA VIVA,
AFASTA-TE DESTES QUE ESTÃO MORTOS”.
ENTÃO, VIRGÍLIO PARTIU
E EU SEGUI SEUS PASSOS,
NÃO PARA VER AS ESTRELAS
AINDA ESTÁVAMOS A CAMINHO DO INFERNO.