ÚNICA VIVENTE

DE REPENTE DESCUBRO QUE SOU EU ÚNICA VIVENTE

DE UM MUNDO CUJAS PERSONAGENS PERDERAM-SE NO CAMINHO

CONTUDO, A MINHA MEMÓRIA TEIMA EM FAZÊ-LAS PRESENTES

NO DESEJO INCONTIDO DE DAR-LHES FORMAS, SITUÁ-LAS NO ONTEM

SE É QUE O ONTEM EXISTIU

CONFUNDEM-ME AS LEMBRANÇAS...

Ó MEMÓRIA, QUE PROVE AQUI A TUA FIDELIDADE!

SERIAM REAIS AS MINHAS PERSONAGENS?

AQUELE PORRE HOMÉRICO, TOMEI-O

JOGO DE COPA DO MUNDO...

MAYSA ESTAVA EM VOGA...

FLEURS DE ROCAILLE, O PERFUME...

A CIDADE DE VIDA BESTA

AS NOITES ERAM ESCURAS

CONVERSAVA-SE NAS CALÇADAS

BEBIA-SE VODKA. FUMAVA-SE MARLBORO

NAMORAVA-SE ÀS ESCONDIDAS

E POR AMOR, PECAVA-SE

E HOUVE QUEM ME DISSESSE

“E TU AI NESSE LUGAR, ALMA VIVA,

AFASTA-TE DESTES QUE ESTÃO MORTOS”.

ENTÃO, VIRGÍLIO PARTIU

E EU SEGUI SEUS PASSOS,

NÃO PARA VER AS ESTRELAS

AINDA ESTÁVAMOS A CAMINHO DO INFERNO.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 03/09/2008
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