Poeiras e introspecção

É fim de tarde

Tranquei a casa como quem nada espera

Lá fora tudo tem sido vago

Ao meu redor são paredes, portas e janelas fechadas

Em minha volta, Drummond, Neruda, Sabino, Belchior...

... e poeiras...

Essas são como o passado, que insistem em debruçar sobre mim

Deleitando meu silêncio

Por mais que eu as espante ou espane

Um pequeno raio de sol que infiltra pela rachadura da casa

É o suficiente para me mostrar que elas estão alí

Flutuando no ar da sala da minha consciência que tanto as negam

Levemente despreocupadas com a minha presença

Algozes

Ah! Sou todo passado neste presente instante

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 02/09/2008
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