Poeiras e introspecção
É fim de tarde
Tranquei a casa como quem nada espera
Lá fora tudo tem sido vago
Ao meu redor são paredes, portas e janelas fechadas
Em minha volta, Drummond, Neruda, Sabino, Belchior...
... e poeiras...
Essas são como o passado, que insistem em debruçar sobre mim
Deleitando meu silêncio
Por mais que eu as espante ou espane
Um pequeno raio de sol que infiltra pela rachadura da casa
É o suficiente para me mostrar que elas estão alí
Flutuando no ar da sala da minha consciência que tanto as negam
Levemente despreocupadas com a minha presença
Algozes
Ah! Sou todo passado neste presente instante