AS COCADAS DE DONA NINA OU PARA QUE SERVE O POEMA.
Para minha escritora Alice Venturi
No côco
O seu dentro mais dentro
É tirado de duas cascas
Ambas desnudas à faca
Aquela,
Casca mais grossa
E agora aos seus olhos
Esta
A fina...
Eis o seu dentro todo branco
Como folha para escrita mais fina.
E tem este meu côco
Sob o corte decidido
Ainda em faca
O destino/pedaços
Que sabemos da vida
Que se segue inclemente
No ralo
A se dizer fiapos
Palavras
Ingredientes de minha mãe
Dona Nina
A juntar-lhes às águas fluentes
A emoção do açúcar
Sob o fogo
Do fazer
O doce
Ir sentindo.
Revolvido em caldas...
Adensados
Cristalizando-se...
Da colher
E da faca
Vão sendo pingados
À tábua horizontal do poema
Na busca da escrita
De cocadas longínquas
Que de tão doces
Retornam
Neste agora
De tua boca
A dizerem-se docemente...
Que se findam.
Para isso que serve o poema.
Imagem : Foto de " dona Nina "
Para minha escritora Alice Venturi
No côco
O seu dentro mais dentro
É tirado de duas cascas
Ambas desnudas à faca
Aquela,
Casca mais grossa
E agora aos seus olhos
Esta
A fina...
Eis o seu dentro todo branco
Como folha para escrita mais fina.
E tem este meu côco
Sob o corte decidido
Ainda em faca
O destino/pedaços
Que sabemos da vida
Que se segue inclemente
No ralo
A se dizer fiapos
Palavras
Ingredientes de minha mãe
Dona Nina
A juntar-lhes às águas fluentes
A emoção do açúcar
Sob o fogo
Do fazer
O doce
Ir sentindo.
Revolvido em caldas...
Adensados
Cristalizando-se...
Da colher
E da faca
Vão sendo pingados
À tábua horizontal do poema
Na busca da escrita
De cocadas longínquas
Que de tão doces
Retornam
Neste agora
De tua boca
A dizerem-se docemente...
Que se findam.
Para isso que serve o poema.
Imagem : Foto de " dona Nina "