Minha casa da roça

Na beira estrada tem uma casinha
Hoje! Coitada, pobrezinha
Encontra-se abandonada
Ela que um dia foi minha morada.

Em cada cômodo tem pedaços do coração
A cozinha, o fogão de lenha, tudo é recordação
No quarto eu e meus irmãos
Fazíamos festas em cima do colchão.

Na sala, o sofá, o radio numa estante ficava
De manhã as seis, era hora sagrada
Sintonizada na Rádio Aparecida.
Rezávamos a Anunciação de Maria.

Ao lado havia uma horta formada
Alface, couve, chicória, rabanetes, beterraba...
No quintal as aves e bicharadas
Cachorro, gato, galinhas, patos, passaradas

Saí de lá ainda muito cedo
E a vida fui conquistar
Confesso que tive medo
Da cidade grande não acostumar.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 06/08/2008
Reeditado em 06/08/2008
Código do texto: T1116513