*** Tapera***
Ontem eu ainda a vi...
Exalando solidão!
Culpada também a senti
Em seu pedaço de chão
Por não ter podido conter
Quem em ali, plantou ilusão...
Pra tristeza, hoje colher!
**
Que adianta a lua cheia?
Se todos dali se foram!
De atavios hoje despida
Sem o lume da candeia
Dorme cedo, entristecida!
**
Aqueles gritos de upa...
Em cavalinhos de pau
Levando sonhos na garupa
Partiram em alguma nau!
**
Não pudera conservar...
O que fora predestinado
A o seu destino mudar!
Só o velho Umbú desgostado...
Ouve os pássaros... E seu cantar!
**
E hoje a o te avistar...
Delineando sombras no norte
Compreendi...
Que não desagregas
A essência que ali impera
Suportando a decadência...
Tua importância não renega!
Quem partilhou tua convivência
Não irá deixar-te à própria sorte!
Pois juntas... Choram a morte
De extintas primaveras...
E de lembranças que as invade!
Na esperança que suportes
Tantos sonhos e saudades...
Que habitam em ti... Tapera!
**
16/07/2008