Saber caminhar

Se quisesses ver

tens de ir a Marraquexe

Há um contador de fábulas

que levanta ares no vento

combinando no centro romeiras,

a cada pancada de pé direito

e serpenteia seu braço

num ritmo inconsciente,

consequentemente,

enquanto seu ventre palpita

retumbar de ecos novos

nas tribos nômades no ocaso rendidas

A sua historia

atendem entusiastas as crianças

Os homens sonham viajar alem

e as mulheres evadem

libertando a sua vez

a túnica gasta em epicentros

Se em verdade

abres os olhos

estás por Marrquexe

onde a luz solar

flutua areia âmbar

o tempo é inconstante

e o supor faz parte

de um prospero e pesado descanso

Na praça do enforcado

vagueiam estatuas

e á cerimônia antiga

as casas fazem circulo

de aromas que traz lua

Senão foste flauta de alento

perder-te-hás

profundo no seu cetro

e já não poderás

divisar fileiras abertas

de palmeiras a frente

não te será oferecida Bem-vinda

nem avançar hás

por estas portas abertas

Para entrar em Marrquexe

é preciso deitar fora

toda carga que em ti pese