As digitas
Criança é como chapa fotográfica
Imprime tudo da infância dela
E, para vida toda – ela fica registrada
E não querendo lembrar mais daquela aniquilada infância
Ela sempre – se veste - numa nova criança e quase-inédita infância
Trazendo para si - uma luz – uma nova herança e esperança
A matar aquela maldita lembrança e – maldade afiada do pai.
Brincadeiras infantis – pelos corredores dos hospitais
Viajando para visitar irmãos e mamãe – em ambulâncias (milhares)
E no lar – banhando e vigiando mamãe – somando muitos dias tristes e iguais
Essas são as digitais da infância até mais que a adolescência de muitos mortais!
E a criança, para a vida, compensar...
(depois da escolinha) – orfanatos – sempre ia brincar e visitar
- pois ali, ela amava - as freiras - e o verbo amar
Hoje, ela planeja revisitar asilos – outro lindo lar de amor e paz
Mas, há, ainda, os sabores das línguas mortais - da censura rotular
- sobre essas criaturas bem ou más educadas.
Que, mesmo sem os pais, não perderam a ternura
Corrompidas – mas - jamais marginalizadas e vencidas!