MOMENTOS XVI - EPILOGO
Ah que saudades quando era criança
Quando ia a fazenda do meu nono passear
De tão enorme onde a vista não alcança
Ali passava meu dia da féria escolar
Lembro-me das pescarias lá na ribanceira
De tirar leite das vacas no curral
Ou de andar de cavalo pelas Campinas.
De sujar as roupas penduradas no varal
De brincar de esconde-esconde com as primas
De chupar uvas tirado direto das videiras
De trepar nos pé de goiabeiras ou das mangueiras
Ou sentado à sombra da mexeriqueira
Escutando o canto dos sabias laranjeiras
De manhã o canto monótono das cigarras
E ao entardecer os urros dos bugios em algazarras.
São momentos que na mente ficam gravados
E que não voltam mais. São passados.
São pedaços de minha infância que não mais existe
Pois lá agora, é uma cidade desenvolvida
Que as crianças nada sabem e tem outra vida
E daquele paraíso alegre tornou-se hoje triste
Foi um episódio de minha vida em questão
Ficando como epílogo em um álbum de recordação...