Sépia
Colcha de retalhos
Fotos recortadas em tom de sépia
Assim apago da memória
Meu passado, minha dor
Sei que cada um tem sua história
É preciso a base para construir algo
Não há como arrancar as raízes
Mas, por favor, não quero re-acordar
Lembrar das origens, dos tempos de repressão
Do tempo que achava que era feliz, pois nada me faltava, senão a liberdade
E que nada é esse, se a liberdade é o maior bem que um homem digno pode possuir?
Iludido, oprimido, coagido
Dolorido... sofrido
Esse é meu passado em tom de sépia
Saudosista, histórico
Até belo, quem sabe
Mas contra o qual eu luto todos os dias
No recalque da minha mente
Para que um dia se encha de cor.
ago 2005