CIGANA

Ainda tenho guardada

na caixinha envernizada

de minha memória infiel

a imagem da moça,

vestindo saia longa e alaranjada

feito uma cigana,

lendo minha mão

e entendendo meu coração.

Sempre me dava um conselho:

- Tome sempre duas;

a primeira é para tirar

o pó da garganta,

a segunda é para fechar

o corpo.

Desde então,

nunca mais fui infeliz.