QUE SAUDADES DA FAZENDA PARANISTA

Que saudades das verdes campinas e serrados

Belezas inesquecíveis do lugar mais pitoresco que conheci,

Que saudades dos riachos e bosques encantados

Onde infelizmente tão pouco tempo vivi...

Que saudades do canto da passarada

Principalmente canários, sabiás e bem-te-vis,

Que saudades das minhas aventureiras caçadas

De pombas rolas, codornas e juritís...

Que saudades do velho monjolo a trabalhar

Do grande açude onde tantas vezes fui pescar,

Dos animais presos no pequeno curral

E das saborosas frutas que havia no quintal...

Que saudades dos vales em flores

Das cascatas com águas cristalinas a rolar,

Do sol que dava à paisagem mais vida às cores,

E dos caboclos tocando viola sob a luz do luar...

Que saudades das noites de São João

Das fogueiras no meio do terreiro a queimar,

Das quadrilhas dançadas ao som da sanfona, pandeiro e violão

Dos buca-pés e rojões estourando no ar...

Que saudades das casinhas de sapé

Situadas à beira do riacho, onde ia buscar,

As mais cheirosas flores de São José,

Para a minha mãezinha querida, ofertar...

Que saudades do formoso taquaral

Onde passei momentos felizes com minhas maninhas a brincar,

Se pudesse transformar em alegria esta saudade, este mal,

Hoje mesmo à Fazenda Paranista queria retornar...

Mas será que lá ainda existe tudo o que mencionei?

Será que meus sonhos não serão em vão?

Porém, de uma coisa eu bem sei...

Aquele pedacinho de Goiás, jamais sairá do meu coração!

Moacir Silva Papacosta
Enviado por Moacir Silva Papacosta em 08/06/2008
Código do texto: T1024608
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