QUE SAUDADES DA FAZENDA PARANISTA
Que saudades das verdes campinas e serrados
Belezas inesquecíveis do lugar mais pitoresco que conheci,
Que saudades dos riachos e bosques encantados
Onde infelizmente tão pouco tempo vivi...
Que saudades do canto da passarada
Principalmente canários, sabiás e bem-te-vis,
Que saudades das minhas aventureiras caçadas
De pombas rolas, codornas e juritís...
Que saudades do velho monjolo a trabalhar
Do grande açude onde tantas vezes fui pescar,
Dos animais presos no pequeno curral
E das saborosas frutas que havia no quintal...
Que saudades dos vales em flores
Das cascatas com águas cristalinas a rolar,
Do sol que dava à paisagem mais vida às cores,
E dos caboclos tocando viola sob a luz do luar...
Que saudades das noites de São João
Das fogueiras no meio do terreiro a queimar,
Das quadrilhas dançadas ao som da sanfona, pandeiro e violão
Dos buca-pés e rojões estourando no ar...
Que saudades das casinhas de sapé
Situadas à beira do riacho, onde ia buscar,
As mais cheirosas flores de São José,
Para a minha mãezinha querida, ofertar...
Que saudades do formoso taquaral
Onde passei momentos felizes com minhas maninhas a brincar,
Se pudesse transformar em alegria esta saudade, este mal,
Hoje mesmo à Fazenda Paranista queria retornar...
Mas será que lá ainda existe tudo o que mencionei?
Será que meus sonhos não serão em vão?
Porém, de uma coisa eu bem sei...
Aquele pedacinho de Goiás, jamais sairá do meu coração!