Prazer insano
Cascata do discontinuísmo
Procura dos esquecidos
Lista das permanências
O prazer sonhou em mim.
Não veio de forma branda
Mas como enchente
Foi dilacerando meu corpo
Repartindo em mil pedaços
Deixando apenas um em pé.
Como uma rocha
A espera da captura
Da salvação,
do apelo humanitário
Estava estático.
E aquela boca não a engolia
Queria se desmanchar em líquidos lascivos
Perder-se em identidade
Misturar-se na multidão
Desconfigurar-se.
Tortura da aproximação.
Tão perto sentia o calor
Mas tão longe possível
Ficava.
Dissolveu em
Gozo solitário
Em soluços
Lágrimas espessas de solidão.
Sucumbiu enfim
Sem boca
Mas em prazer insano.