A FLOR NO DESPENHADEIRO

Era urgente que eu a apanhasse.

Antes que viesse o vento.

Antes que viesse a chuva.

Ela estava lá.

Linda.

No despenhadeiro.

Eu a buscaria.

Eu me arriscaria.

A flor de cactos no despenhadeiro era um chamado.

Guardo tanta coisa do passado.

Guardo a flor arrancada.

Uma pessoa tão amada...

... a me chamar.

A me implorar.

Que nunca mais eu fosse naquele lugar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 30/05/2008
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T1011764
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