CORAÇÃO BRINCANDO DE RODA
FAZIA FRIO,
UM VELHO TRAJAVA UM BELO SUÉTER.
CAMINHAVA LENTAMENTE;
LEMBRAVA OS OUTONOS DE MOCIDADE,
RINDO SOZINHO COMO SE VIESSE À MENTE
UMA ANEDOTA BASTANTE ESPIRITUOSA.
ERA UMA PRAÇA, UMA SIMPLES PRAÇA;
COMO SÃO PROFUNDAMENTE SIMPLES
NOSSAS LEMBRANÇAS.
UMA CRIANÇA CORRIA ATRÁS DE BORBOLETAS;
CAINDO, EM SEGUIDA, NA GRAMA.
RISOS DE OUTRAS CRIANÇAS SURGIAM
PARECENDO ABELHAS VOANDO EM TORNO DAS FLORES.
BRINCAVAM, BRINCAVAM...
O VELHO RIA COM O CORAÇÃO AOS PRANTOS
NAQUELA SINGELA PRAÇA.
DOIS CORAÇÕES VOAVAM DAQUELA PRAÇA PARA A LUA.
ELE: CHAPÉU NA MÃO E TERNO MARROM.
OS SAPATOS ERAM AS ASAS DE HERMES.
ELA: VESTIDO FLORIDO DE CORES ESQUECIDAS.
DE MÃOS DADAS CAMINHAVAM.
E O VELHO SUSPIRAVA AMARGURADO.
UMA CHUVA FINA E GELADA CAIU.
E O VELHO CAMINHOU EM DIREÇÃO AO QUARTO,
OBSERVANDO QUE JÁ ERA MUITO TARDE.
ERA TARDE DEMAIS.