CORAÇÃO BRINCANDO DE RODA

FAZIA FRIO,

UM VELHO TRAJAVA UM BELO SUÉTER.

CAMINHAVA LENTAMENTE;

LEMBRAVA OS OUTONOS DE MOCIDADE,

RINDO SOZINHO COMO SE VIESSE À MENTE

UMA ANEDOTA BASTANTE ESPIRITUOSA.

ERA UMA PRAÇA, UMA SIMPLES PRAÇA;

COMO SÃO PROFUNDAMENTE SIMPLES

NOSSAS LEMBRANÇAS.

UMA CRIANÇA CORRIA ATRÁS DE BORBOLETAS;

CAINDO, EM SEGUIDA, NA GRAMA.

RISOS DE OUTRAS CRIANÇAS SURGIAM

PARECENDO ABELHAS VOANDO EM TORNO DAS FLORES.

BRINCAVAM, BRINCAVAM...

O VELHO RIA COM O CORAÇÃO AOS PRANTOS

NAQUELA SINGELA PRAÇA.

DOIS CORAÇÕES VOAVAM DAQUELA PRAÇA PARA A LUA.

ELE: CHAPÉU NA MÃO E TERNO MARROM.

OS SAPATOS ERAM AS ASAS DE HERMES.

ELA: VESTIDO FLORIDO DE CORES ESQUECIDAS.

DE MÃOS DADAS CAMINHAVAM.

E O VELHO SUSPIRAVA AMARGURADO.

UMA CHUVA FINA E GELADA CAIU.

E O VELHO CAMINHOU EM DIREÇÃO AO QUARTO,

OBSERVANDO QUE JÁ ERA MUITO TARDE.

ERA TARDE DEMAIS.

LLP
Enviado por LLP em 27/05/2008
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T1007221
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