REENCONTRO, EU MENINO !
ah, saudades, sim,
de acordar, espreguiçante
e sonolento,
no sítio de vovô...
com o barulho
do velho sino;
o perfume de mato
e de alecrins molhados;
o canto característico
de famintas sabiás,
cobrando o alpiste
que minha vó
lhes atirava ao chão,
todas as manhãs;
mas ainda
não era hora...
o cheiro forte e gostoso
de café quente (fresquinho),
dos pães de queijo
e da broa de milho,
sobre o fogão de lenha,
diziam que a hora
era de todos à mesa...
e dali, dava para ouvir
a fluidez do riacho,
de águas limpas,
despencando, sóbrio,
da pequena cachoeira;
dava para sentir
a alegria das flores,
acordando ao Sol
de todas as manhãs;
de passarinhos
na borda das janelas;
como dá para sentir
meu coração feliz
por me lembrar
dos tempos, idos
e inocentes,
de minha infância !
(Tadeu Paulo -- 2008-04-15)