Bolo de fubá, broa de milho e cavaca quentinha
café recém coado no  bule de ferro.
doce no tacho, queijo apurando, manteiga batida
O galo canta as horas no terreiro
Ciscam os pintos na horta, as crianças vão pra escola
Espantam o sono e dão risadas,  mal amanheceu o dia.

Lençóis brancos  quarando no gramado
porco, cabrito, coelhos, marrecos  e patos
esperam  ansiosos o trato.
No fogão panelas de ferro e barro cozinham
feijão, torresmo,farofa de ovos e polenta molinha
barriga cheia,  cansado da lida, corpo arqueado
tiram a sesta esperando amainar o  sol de meio- dia

Tocam a boiada ligeiro que a tarde finda
canavial, milharal e curral de porteira aberta
Voltam os pequenos e a bicharada em algazarra.
A janta é servida as cinco e muito apreciada
Os meninos se lambuzam na ambrosia.

Pai e vô pitam na varanda , silenciosos,  apreciando o luar
Mãe e vó cirzem meias, ouvem rádio e proseiam.
Oito em ponto a casa silencia.
Rezam antes de dormir agradecendo por mais um dia.




Enrolado no cobertor quentinho, esperando o sono chegar, os dois irmãos conversam baixinho:
- Mariazinha, você tem medo de escuro?
- Um pouquinho
-Então posso contar uma história de fantasma?
-Mãe,  o Pedrinho  está me assustando
-Menina boba. Agora não conto mais. Boa noite
-Boa noite.



.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 09/02/2008
Reeditado em 29/08/2018
Código do texto: T852737
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.