CRIANÇA POETA

Criança nasce poeta

De alma irrequieta,

Maravilhosa e dotada

De epiderme rosada.

 

Faz versos em gu, gu, gá, gá

Que dizem tanto de lá,

Do mundo que era seu lar

Antes de ela encarnar.

 

O riso é estupenda sinfonia,

Um canto, uma ode à alegria.

Tem a leveza das libélulas

Impregnada nas células.

 

Dorme plácida, sorrindo.

Há um anjo invisível vindo,

Da morada de Deus no espaço,

Para guiar seus primeiros passos.

 

Fadas madrinhas a ninarão.

Suas noites os elfos alumiarão

Com um facho de luz irial

Ao som de um sino de cristal.

 

Sentada sob o luar pálido,

Ou correndo sob o sol cálido,

Seus sonhos passam velozes

Numa frota de cascas de nozes

 

Levando imensos batalhões

De gigantes, gnomos e anões,

Pelo mar da tenra infância,

Nesta fase de suma importância.

 

Seu amor não se desvirtua,

Tanto faz gente, cão ou cacatua.

Olhar a Lua cheia é tão bom,

Lembra-lhe um grande bombom.

 

E neste mundo de delírio,

Pura como um lírio,

Nasce uma criança princesa

Com a lanterna da esperança acesa.

 

29/01/08.

(Maria Hilda de J. Alão)