BRINQUEDOS
BRINQUEDOS
O mago recusado
O Pinóquio abandonado
O primeio com os braços levantados
O segundo de costas e sentado
Na companhia de Machados, Moby Dick e mais outras tantas pilhas
De livros aqui guardados
Mais os malocados
Por dentro do armário
Aonde ficam também os legos
E centenas de retratos
Mais os livros pendurados nas prateleiras
Mais os carros (de ferro) Também pendurados
Em suas garagens de papelão
E não
De madeira
Fora os que moram no alto
Do armário
Mais aquilo que toca
Esses que no alto já nem são vistos mais
É um lugar aparentemente
Entulhado
Que chamamos de nosso quarto
Todas essas coisas bradam
Silenciosamente
Que ali não é um santuário
Nem tão pouco bagunçado
São os tesouros da mente
De alguém que é escritor
Que não deixa de ser criança
Que lembra das crianças
Ternamente
Incluindo
Aquela
Que mesmo já sendo avô
Ainda permanece
Linda e bela
Deve ser por isso mesmo
Que vê nessa coisas
Que são por tantos dispensadas
Não objetos à toa
Mas as ferramentas
Que encorajam a sair da cama
Todos os dias
Deixando as amadas
Para mais um dia de jornada
Que fica ainda mais rica
Quando usa alguma delas
Como agora
Na sua escrita
Que inventou de fazer rima
Porque se não for pra rimar
Que graça que há?
A trabalheira que teve Camões
Para tantos versos bolar e juntar
Seria muito fácil
Mas ainda assim tem os que preferem
Aqueles que escrevem
E deixam suas marcas
Mesmo que aparentemente
Não rimem nada
A pedra, o caminho e José que o digam
Mas sigo rimando
E parando
Se não perco a hora
E me perco mais que se fosse a água
Entrando pelo cano
E acabo
Me lascando
Entrando
Também pelo cano
Renato Lannes Chagas
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