O Preguiçoso

Eu sou o rei da preguiça

Desde o dia em que nasci

Nunca fui de ter coragem

E este fato assumi

Quando estou sem fazer nada

Só levo o tempo em dormir.

Quando ainda bebê

Eu posso me recordar

Minha mãe de peito cheio

Tentava me alimentar

Mais eu ficava com fome

Com preguiça de mamar.

Na escola eu quase deixo

Minha professora louca

Quando ela me perguntava

Eu se quer abria a boca

E não escrevia nada

Que a coragem era pouca.

No campinho de futebol

Às vezes quando eu ia

Na hora da escalação

Minha posição já sabia

Eu era sempre o goleiro

Que era quem menos corria.

Pra roça quando eu ia

Forçado pelos meus pais

Meus irmãos iam à frente

Eu ia chorando atrás

E logo me acidentava

Para não trabalhar mais.

Meus irmãos logo gritavam

Esse "cabra" não é homem

Na roça ele não faz nada

E em casa é quem mais come

Se um dia ele casar

A mulher morre de fome

Hoje eu já sou casado

Vi que não faz tanto medo

Passo o dia todo em casa

Minha vida é um sossego

E eu nunca passei fome

A mulher em seu emprego

Estou encerrando aqui

Essa minha homenagem

Aos homens preguiçosos

Que contam suas vantagens

Eu só não escrevi mais

Porque me faltou coragem.

Autor: Nerivaldo Batista de Sousa

Nerivaldo Batista de Sousa
Enviado por Nerivaldo Batista de Sousa em 01/11/2024
Reeditado em 01/11/2024
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