O Preguiçoso
Eu sou o rei da preguiça
Desde o dia em que nasci
Nunca fui de ter coragem
E este fato assumi
Quando estou sem fazer nada
Só levo o tempo em dormir.
Quando ainda bebê
Eu posso me recordar
Minha mãe de peito cheio
Tentava me alimentar
Mais eu ficava com fome
Com preguiça de mamar.
Na escola eu quase deixo
Minha professora louca
Quando ela me perguntava
Eu se quer abria a boca
E não escrevia nada
Que a coragem era pouca.
No campinho de futebol
Às vezes quando eu ia
Na hora da escalação
Minha posição já sabia
Eu era sempre o goleiro
Que era quem menos corria.
Pra roça quando eu ia
Forçado pelos meus pais
Meus irmãos iam à frente
Eu ia chorando atrás
E logo me acidentava
Para não trabalhar mais.
Meus irmãos logo gritavam
Esse "cabra" não é homem
Na roça ele não faz nada
E em casa é quem mais come
Se um dia ele casar
A mulher morre de fome
Hoje eu já sou casado
Vi que não faz tanto medo
Passo o dia todo em casa
Minha vida é um sossego
E eu nunca passei fome
A mulher em seu emprego
Estou encerrando aqui
Essa minha homenagem
Aos homens preguiçosos
Que contam suas vantagens
Eu só não escrevi mais
Porque me faltou coragem.
Autor: Nerivaldo Batista de Sousa