POEMINHA

Senhor do tempo

Das flores e do vento,

Faz de novo meu pião

Rodopiar na palma da minha mão;

Traz meu carrinho de ladeira

Feito por minha mão,

Para nele descer a ladeira

E ser o campião;

E se não for pecado manda também

Minha “atiradeira”,

Prometo pelas barbas de Matosalém

Não as de Maomé,

Que destas não dou fé,

Não atirar pedras nos passarinhos

Seres tão inocentes e lindinhos,

Que só gostam de cantar

Para vos louvar e a nós alegrar.

E se não for pedir demais

Também o pífaro de barro pintadinho

Mais a cornetinha de latão

De lindas cores a reluzir,

Que eu ganhei do meu pai

Comprado na Feira das Alminhas

Da Ariosa,

Para eu todo prosa

Tocar na linda procissão,

Em honra a Santo António

E também a São João.

Depois, lá no meu quintal

Ensaiar outras melodias

Que guardo em segredo

Pra inveja das cotovias

E do outro passaredo.

Ed.AF

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 01/09/2024
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