Pequena cientista
crescia uma menininha de olhos redondos na vila
com seus pés pequeninos, um grande coração
uma fome do tamanho do mundo
almoçava cada palavra
jantava toda informação
queria consertar o planeta
como consertava um brinquedo
não entendia como adultos tão grandes
podiam não enfrentar o medo
ou se metiam tanto em confusão
fazendo de tudo segredo
organizava sua turma
ninguém brigava lá não
vivia fazendo planos
na hora do leite com pão
o mundo não deveria ter problemas
segundo sua imaginação
Não se jogava lixo na rua
chuva desmedida não havia
poluição, nem em sonho
criança brincar na rua, podia
não havia fome nem pedofilia
menininha crescia curiosa, da palavra uma artista
queria entender tudo profundo
saber o nome da rosa
ensinar a cuidar do outro
questionava, queria dominar o mundo
crescia uma pequena cientista