A FLAUTA MÁGICA V/VI

A FLAUTA MÁGICA V

Sarastro, o Mago, ao contrário de tirano,

a Pamina só abduziu para seu bem,

a fim de libertá-la da influência

da Rainha, cujo poder arcano

a corrompê-la destinava-se também.

“E por enquanto não lhe direi mais nada.”

Soprou o príncipe em sua flauta encantada,

muito alegre em confirmar a sua existência!...

De fato, tocou tão alegremente

que foi cercado por muitos animais,

encantados pela música e a magia...

Convencida por Papagueno, finalmente,

Pamina fugiu para os bosques vicinais,

de onde escutaram a flauta de Tamino,

logo marchando para tal destino;

mas Monostatos em sua senda já surgia!

Chegou então, acompanhado por escravos,

na intenção de fazê-los prisioneiros,

mas Papagueno as campainhas toca

e em dançarinos se transformam esses bravos,

todos bailando e cantando bem fagueiros...

Chega Sarastro com seus ajudantes

e Tamina lhe diz, nesses instantes,

que amor sincero para outrem a convoca!...

Sarastro insiste que a ama também

e que não deve se guiar por sentimento,

porém tão só pelos ditames da razão

e sendo homem, ele a orienta para o bem!

Mas Monostatos se livrou do encantamento

E fez Tamino e Papagueno prisioneiros;

Sarastro ordena a seus servos que, ligeiros,

ao Templo os levem para a Purificação!

A FLAUTA MÁGICA VI

No Templo os dois encontram já reunidos

os sacerdotes para seu Julgamento

e Sarastro manifesta à sua assembleia

que foram Tamino e Pamina já escolhidos

para a bênção do sagrado casamento,

mas que, primeiro, o príncipe Tamino

deve provar merecer esse destino,

por três testes, à maneira de epopeia!...

Os sacerdotes invocam sua Trindade,

de Ísis e de Osíris e o Falcão,

seu filho Hórus, para sua proteção:

que confiram a Tamino a dignidade

para obter a sabedoria e, com razão,

mostrar-se digno de casar-se com Pamina;

concorda o príncipe em afrontar sua sina,

mas Papagueno não aceita a condição.

Então Sarastro lhe promete a mão

de bela jovem para acompanhá-lo;

na verdade, Papagueno é um solitário:

sem pensar muito, ele concorda, então,

que os sacerdotes devam purificá-lo,

para livrá-lo da influência da Rainha,

que como escravo apenas o mantinha

e se dispõe a enfrentar seu páreo.

Será o Silêncio a sua primeira provação

e por mantê-lo ambos fazem voto,

mas as Três Damas surgem, por magia

e empregam meios de grande sedução:

falsas promessas, ameaças do ignoto

futuro que os espera e tentam tudo,

mas Papagueno e o príncipe, contudo,

mantêm o voto que recompensa lhes traria...