À CADELINHA TUNIQUE

Tunique era só carinho

Levada e muito engraçada

Pulava que nem cabritinho

E nunca ficava cansada.

Latia se ouvia um barulho

Ou na chegada de alguém

Mas logo fazia festa

Pulando num vai-e-vem.

Gostava de badalação

Embora ruim de faro

Passava sempre o verão

Lá no Morro de São Paulo.

Mini toi das mais levadas

Tinha pêlo bem branquinho

E quando não tosqueada

Parecia um carneirinho.

Quando me via chegando

Pulava como uma bola

No meu colo escorregando

Era elétrica e frajola.

Lembro-me dos seus olhinhos

Tristonhos a me fitar

Pedindo colo e carinho

Querendo se aconchegar.

Foram treze anos de vida

A alegrar donos e amigos

Foi triste a sua partida

Esquecê-la não consigo.

Ficou dodói por uns dias

No hospital se internou

Tomou remédios, magias,

Mas de nada adiantou.

Buscando outra morada

Deixou um triste vazio

Numa fria madrugada

Tunique pra o céu partiu.

Aquela nuvem branquinha

Que você vê lá no céu

É Tonique danadinha

A pular de déu em déu.