AS TRÊS MANTILHAS FINAL
AS TRÊS MANTILHAS XXIII – 21 outubro 2022
“Eu os mandei para um país selvagem,
em que se veem forçados a trabalhar,
se não quiserem ali morrer de fome.
Mas há muita caça e pesca em tal paragem
e poderiam até mesmo prosperar,
só que a inveja seus corações consome
e uns aos outros não param de matar:
a maioria já pereceu nesse lugar!...”
“Mas isso não lhe deve dar preocupação,
eles têm o que merecem, cada um,
meu castelo jamais lhes pertenceria;
vá agora, você quebrou a maldição,
enfrentou os testes, sem falhar nenhum
e a minha bênção o acompanha noite e dia!”
E de repente, Milovan na cama estava,
Como se apenas de longo sonho se lembrava!
Segurou firme na mão o amuleto
e bem depressa ao sono retornou,
até que a princesa o acordasse de manhã.
Ludmilla demonstrou-lhe um grande afeto
e com mil beijos Milovan a abraçou.
“Meu amor pensei ser esperança vã,
mas me permite pedi-la em casamento?”
“Como custou! Mas lhe dou consentimento!”
E assim montados em garbosos cavalos,
acompanhados por magnífico cortejo,
soldados fortes para a sua proteção,
cavalgaram os dois, cheios de regalos,
para a casa encontrar já em festejo,
nesse crepúsculo alongado de verão
e como o pope não havia ainda partido,
o seu serviço foi por eles requerido!
Foi muito grande a surpresa que causaram,
mas Milovan casou com sua princesa
e os festejos no castelo prosseguiram,
em que por longas décadas moraram,
vários filhos assentados à sua mesa
e até os bisnetos um certo dia viram,
mas os irmãos, então cheios de despeito,
na casa dos pais permaneciam de mau jeito.
EPÍLOGO
Porque a ninfa Katzinka, com quem Khristos casou
passava os dias cuidando de sua ponte
e a hamadríade Kalinka de noite o deixava.
Finalmente Milovan a Khristos convocou,
que fosse o novo Pontoppidan de remonte
e a partir de então o marido a acompanhava;
Milovan fez construir ali um belo chalé
e com o pedágio pôde enriquecer até!
E também lhe concedeu, generosamente,
não só a ponte, mas as terras em redor.
Já Lukasz sua dríade Martchenka acompanhou
e Milovan lhe deu a floresta inteiramente,
em que viveu como o Couteiro-Mór;
mas quando os pais morreram, os obrigou
a repartirem a herança sem mais brigas:
“Em meu reino não quero lutas inimigas!”
Naturalmente, filhos não tiveram,
mas a ninfa Kalinka era meio mineral
e eventualmente, estátuas trouxe à luz,
que pelas cercanias dispuseram
e como Martchenka era meio vegetal,
muitas árvores com o marido enfim produz,
a floresta aumentando grandemente
e igual à ponte embelezando alegremente!