A TERRA DA JUVENTUDE XIV FINAL
A TERRA DA JUVENTUDE XIII
No outro dia, ao sair da hospedaria,
ele cruzou pela janela da prisão
e seus irmãos logo o reconheceram
e por sua ajuda depressa suplicaram.
Wladimir pagou as dívidas dos dois,
comprou-lhes roupas novas e cavalos,
mostrou a água, pensando em alegrá-los,
porém ficaram a conspirar depois,
para matá-lo em qualquer oculta via
e de fato, derrubaram seu irmão
e o mataram, sem remorso ou compaixão!
Mikhail e Piotr, após a iniquidade,
foram depressa até a capital,
levando ao pai o frasco de água da vida.
O veneno já o levava de vencida,
pois nunca se pudera recobrar;
mas no momento em que a água bebeu,
de imediato o Tzar se fortaleceu
e começou igualmente a remoçar!
Ficou o Conselho na maior perplexidade,
mas reconheceram o seu rosto natural
e o acolheram de forma triunfal!
Os dois irmãos ficaram desapontados,
por que ao trono já não podiam almejar,
já que o Tzar recobrara a juventude,
mas se escudaram em mentira rude:
“Infelizmente, a Wladimir assassinaram;
nem conseguimos seu cadáver encontrar,
mas tão somente seu cavalo recobrar...
Por algum tempo em tal malícia se ocultaram
e da Ucrânia e Bielorrússia foram nomeados
vice-reis para assim se consolar,
pois deste modo o pai os quis recompensar...
Enquanto isso, a fada se acordara
e se encantara, ao ver o camafeu;
ansiou o jovem príncipe encontrar
e por magia o conseguiu localizar.
Achou-o ao fundo de um grande buracão,
água da vida administrando ao falecido,
que foi à saúde plena devolvido;
então montou cada qual em um dragão
e no momento em que a capital se achara
aos dois traidores cada dragão comeu
e a amarga trama logo se reconheceu!...
A TERRA DA JUVENTUDE XIV
Mas Wladimir recompensas recusou:
“Meu nobre pai, vê-lo saudável é o bastante;
vou para a terra da eterna juventude;
lá viverei eternamente e com saúde.
Por que o senhor não se casa uma outra vez?
Está saudável e jovem novamente
e poderá ter outros herdeiros brevemente.”
O casamento de Wladimir logo se fez
com a sua fada e assim ele ficou
vivo, saudável e jovem doravante.
(Talvez viva feliz até este instante!)
Enquanto isso, Baba Yaga fez um encanto
e sua cabana começou a caminhar
sobre cem pés que logo apareceram
e até Moscou depressa a conduziram.
Apresentou-se então ante o Tzar,
que se encantou com sua grande beleza
e com ela se casou sem mais lerdeza,
filhos gerando para a dinastia continuar.
Mas na ausência das águas de seu pranto,
o mar de Gobi começou a ressecar
e foi no atual deserto terminar...
Por encanto a fada aos peixes transportou,
que se mudaram para o extenso Oceano,
mas a dugongo preferiu o Mar Vermelho,
onde encontrou outro dugongo velho,
que fez com a água da vida remoçar
e assim tiveram uma certa descendência
confundida com sereias, com frequência.
Quanto à Tarasca, viu sua vida terminar
após os duzentos séculos que durou;
já o Catoblepas para a África emigrou
e os gnus modernos assim gerou...
Contudo, sua cauda é hoje diferente,
igual que um rabo de herbívoro normal.
Ora, aquele Coquecigrou tinha morrido,
mas alguns ovos seus haviam eclodido
e seus filhotes voaram para a França,
onde residem em locais secretos;
sem achar cicuta, vivem só de insetos;
podem ser vistos, em constante dança,
pelos céus da Provença e é até frequente,
segundo narram, que na época outonal,
pairem no céu, sem aos franceses fazer mal.
EPÍLOGO
Naturalmente, é narrativa imaginária,
mas se esta história apreciou também,
(tudo está bem quando termina bem)
no coração busque encontrar história vária!...