A TERRA DA JUVENTUDE 11/12
POR ALGUM TEMPO, PARARAM OS RAIOS E TROVOADAS E POSSO VOLTAR A ENVIAR MINHAS POESIAS, ABRAÇOS, BILL.
A TERRA DA JUVENTUDE XI
Tão logo a carcaça do pássaro lançou,
subiu depressa sobre a sela do cavalo
e um espinho serrou com sua espada,
retornando velozmente para a estrada,
enquanto a imensa Tarasca mastigava;
mas três minutos nem se haviam passado,
já o perseguia o tal monstro malvado
e por um triz ela não o abocanhava!
Porém na praia são e salvo ele chegou,
ficou a dugongo alucinada a contemplá-lo:
“Dê-me as três prendas, que vou transportá-lo!”
“Não será assim,” lhe respondeu a maga.
“Somente a cauda receberás agora;
o focinho o belo príncipe lhe irá dar
assim que na praia oposta se encontrar,
porém comigo guardarei o espinho,
pois meu amigo precisará de retornar
e sem sua ajuda, do outro lado irá ficar...
Portanto, agora o transporte com carinho!
Tome duas garrafas para trazer-me a paga;
do seu cavalo eu cuidarei em sua demora;
monte a dugongo e vá depressa embora!”
A dugongo devorou a cauda inteira
e pelo príncipe permitiu-se ser montada,
que guardara em seu gibão o tal focinho.
“Não tem receio de que o afogue no caminho?”
“Se assim fizer, o espinho perderá,
pois a maga espera ansiosa pela água;
se não retorno, sentirá uma grande mágoa.”
“Pois muito bem, depois o focinho me dará,
mas a fonte tem a guarda bem certeira:
são dois dragões e uma real beldade,
que além de linda, é uma fada de verdade!”
Os três só dormem à meia-noite em ponto
e se acordam depois de meia hora;
encha as garrafas depressa nessa fonte,
pois quando a Lua desponta no horizonte
os três se acordam e o devorarão!”
Chegado à praia, deu o focinho à dugongo,
que o engoliu, tal qual fosse mondongo!
“Prossiga agora, pois logo adormecerão!”
Correu o príncipe, para tudo pronto
e viu a fonte brotando, sem demora,
já os três vigias dormindo nessa hora!...
A TERRA DA JUVENTUDE XII
Mas tão logo as duas garrafas ele encheu,
o seu olhar recaiu por sobre a fada:
jamais vira uma mulher de mais beleza!
Um colar pôs-lhe ao pescoço com presteza,
de que pendia um camafeu com seu retrato
e retirou-se ao ver que suspiravam
os dois dragões, sinal que se acordavam;
raios de luar já percebia sobre o mato
e velozmente à praia ele acorreu,
antes que despertasse a sua Encantada,
que já ansiava alcançar por namorada!
Logo a dugongo o transportou à outra margem
e Baba Yaga lhe entregou o espinho.
Ela o pegou, para nas águas se esconder,
sem nem ao menos pensar em agradecer!
Deu-lhe a garrafa e recebeu o seu cavalo
e a velha engoliu a água inteira:
tornou-se linda moça a feiticeira!
Com um olhar fascinante a encará-lo,
mas o príncipe falou-lhe com coragem:
“Você é linda, mas por meu pai tenho carinho,
está em tempo de seguir o meu caminho!”
“Sei bem por que você me resistiu”,
disse-lhe a agora belíssima maga.
“Você olhou para o rosto dessa fada
e sua alma foi por ela conquistada...
Mas não se iluda. Ela tem mais de mil anos,
parece jovem porque bebe a água da fonte,
mas no momento em que descer daquele monte,
seus encantos tornar-se-ão em desenganos!”
Porém o príncipe de imediato lhe sorriu:
“Você também... Deve estar só com inveja...”
“Eu o ajudei... Por que agora não me beija?”
“Se eu a beijar, não a deixarei jamais
e acabarei por transformar-me em seu escravo,
porque depressa de mim se cansará...”
Ela sorriu também. “Pois então, vá,
o seu pai já está quase a falecer!...”
Wladimir retomou o seu caminho,
da fada o rosto a lhe inspirar carinho,
sem esperança de algum dia a poder ter...
Mas ao sentir-se cansado por demais,
uma noite quis passar em Samarkanda,
sem suspeitar de qualquer sorte nefanda!