A MOEDINHA E O GATO 7/8
A MOEDINHA E O GATO VII – 4 NOV 2022
“Tenho criados encarregados de os matar,
seja a pedradas, seja com pauladas,
mas eles voltam com terrível rapidez!
A cidade inteira os busca derrotar,
mas até parecem protegidos pelas fadas,
multiplicam-se a um ponto que nem crês!
Aqui em casa constantemente os combatemos
e nossos alimentos, em boa parte, até comemos!”
“Mas muita gente já está a passar fome
e há mesmo quem se tenha acostumado
a caçar ratos para se alimentar!
Mas por mais que os comam, nunca some
a multidão em que se têm multiplicado,
até os berços das crianças a assaltar!
Têm as crianças de ser em caixas colocadas,
com muitos furos, para que ao ar abram entradas!”
“E mesmo nós, antes de nos recolhermos
para dormir, realizamos uma caçada
e algum servo permanece em claro a noite,
para matá-los e o sono não perdermos,
que novos bichos nos chegam da calçada!
São para nós um verdadeiro açoite
e o pior é que são raros os venenos
que contra eles empregar podemos!...”
“Pois facilmente as despensas contaminam
e como vê, sobem até em nossa mesa!
Nem os melhores mágicos e adivinhos,
que os artifícios contra tais pragas destinam
ou os sacerdotes, que rezam com firmeza,
nos conseguem libertar desses daninhos!
A cidade inteira cada semana se agita
numa tremenda caçada que se incita!”
“Mas é só por um dia o resultado:
do campo e matos retornam com certeza!
Nosso rei ofereceu tremenda recompensa
para quem a solução tiver achado,
pois nem sequer deixam em paz a realeza,
que a noite passa na inquietação mais tensa...”
“E que recompensa então seria essa?”
O comerciante indagou com certa pressa.
A MOEDINHA E O GATO VIII – 5 NOV 2022
“Nosso rei prometeu uma tonelada de ouro
e nós, comerciantes, prometemos outro tanto,
para essas pragas destruir completamente!...”
“Bem, ocorre que em meu barco há um tesouro:
é uma fera pequena, mas que, no entanto,
destruiria essas pestes bem rapidamente...
Posso trazê-la e aguardar a recompensa,
desde que o possa assistir em sua presença!”
“Mas, meu senhor, se a pode trazer,
traga depressa essa fera!” “Mas há uma condição:
Ela se chama “gato” e é um animal feroz,
arranha e morde quem nele mexer!”
“Não poderá ser pior que a maldição
desses roedores de atividade atroz!”
Então o comerciante foi até o navio,
pegou a gaiola e a carregou com brio!
Assim que o gato foi solto no salão,
a caçada iniciou ativamente:
alguns comeu, mas trouxe a maioria
e com os mortos elevou um montão,
junto do qual se deitou placidamente.
A família e os criados na maior alegria,
pois cada vez que outros vinham da calçada,
já o gato retornava à sua empreitada!
Depois o levaram até o palácio do rei,
em sua gaiola firmemente encarcerado,
com o cheiro de tantos ratos excitado,
que na cidade constituíam vasta grei!
No salão nobre foi finalmente libertado
e logo dúzia ou mais tinha caçado!
E quando foi descansar, bem-humorado,
até parecia que já havia engordado!
Foi o que disse o rei, quando se aproximou,
mas o antigo patrão de Olek foi olhar
e então disse: “Majestade, ele é uma gata
e antes que a comprei, ela já engravidou!
Muito em breve uma ninhada irá criar:
daqui a três meses, com a precaução exata,
os filhotes estarão prontos a caçar,
a sua cidade finalmente a libertar!...”