nesta saudade que me invade
do papai e da mamãe
nunca conhecidos no acalanto
eu visto a natureza e canto
a árvore que me adota
não quer saber quem sou
a menina do laço na cabeça
ou a menina sapeca do pirulito
desde a assembleia dos patos
sou guardiã das florestas
terra, chão, ervas, mato
quero ser feiticeirinha
das folhinhas secas ao vento
eu sou o verde espírito da natureza
abraçada à árvore-mamãe
de mim o quase cem por cento
deste amor de criança descuidada
que não sabe quase nada
fala de amor como quem é sábia
amor? o que será? eu que nada sei
foi o porco-espinho que já amei
será amor o que lhe dei?
tontinha... tontinha, estou e seguirei
há vida além da melancolia
diz a raiz da árvore com alegria
o que guardo é frágil e terno
neste ofício eu nunca durmo
guardiãs estão sempre alertas
corro ideias para brincar com os patos
neste mundo está tudo muito chato