Viajei até lá,
Lá longe,
Onde mora a inocência
Abraçada ao sonho,
Eu flor-menina-florescência.
Menina sem mácula,
Descalça,
Despida,
Desprotegida,
Boba como um sorriso
Sem motivo.
Olho e a vejo debruçada
Sobre decorados papéis de cartas
A escrever carinhos perfumados:
Seus mais lindos e doces bordados!
Lá é onde me refugio
Para resguardá-la em mim.
Pé ante pé,
Chego de mansinho;
Ela sempre está a minha espera,
Sabe que sempre volto,
Que vez por outra
Preciso estar lá,
Aqui, dentro de mim!
Devagarinho nos aproximamos,
Face a face, delicadamente,
Como que comparando
E averiguando
Se ainda somos a mesma.
Entre gracejos e carícias,
Ela me diz,
Bem baixinho,
Quase sussurrando:
Brincas de gente grande,
Mas és uma criança!
O Teatro Mágico - Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou