O MATADOR DE DRAGÕES CAP 12
O MATADOR DE DRAGÕES XII – 6 JAN 2022
“Mas vem comigo agora para nossa mansão:
Azhdaya me trata bem, mas sou sua prisioneira
e a tarefa do lar sobre mim recai inteira.
Os seus servos são camponeses e soldados,
não podes vê-los, porque são invisíveis
e é até melhor, porque esses desgraçados
são monstruosos, com aspectos horríveis!”
Chegaram juntos até a casa do dragão.
A mesa estava posta e Stoisha sentiu fome:
”Essa comida toda o dragão é que a consome?”
“Quando ele chega, está sempre esfomeado,
come dois bois assados, duas cestas de pão
e ainda todo o vinho que cabe num jarrão!...”
“Pois desta vez, quem vai comer sou eu!”
“Não faças isso, vais sua raiva provocar!”
Mas Stoisha facilmente a refeição comeu,
bem a tempo de se ouvir um sibilar:
um machado de guerra fôra arremessado
e Stoisha o lançou de volta facilmente!
Azhdaya se espantou: “Mas quem é assim potente!”
“Quem conseguiu jogar de volta meu machado?”
Ele o jogava para anunciar que já chegava
e que o jantar à mesa posto desejava.
Assim Azhdaya avançou com rapidez
e logo entrou pela porta principal:
“Quem é esse humano de tal desfaçatez?”
“É meu irmão e nada fez de mal...”
“O meu jantar foi por ele devorado?”
“Sim, querido, já vou outro preparar!...”
“Não é preciso, ele vai me alimentar!”
E Azhdaya sobre Stoisha se lançou,
mas este fora dotado pelas três fadas
e o enfrentou com um brandir de espadas,
depois a corpo a corpo e o dragão caiu;
com o joelho Stoisha lhe cortou a respiração;
que a vida lhe poupasse, a fera lhe pediu!
“Eu só te poupo mediante a condição
de não mais me atacares!” E o dragão jurou.
Batendo palmas, cem monstros do seu lado
o atenderam e foi banquete preparado!
Embora bastante tivesse antes comido,
Stoisha alimentou-se com prazer
e a seguir de Azhdaya quis saber
onde se achava a sua terceira irmã.
“Ela está com Bauck, meu terceiro irmão,
mas será inútil todo o teu afã,
ele é mais forte e mais feroz de compleição
e por certo por ele serás vencido!”
“Não importa,” disse Stoisha, “qual estrada
devo seguir para ver minha irmã amada?”
Azhdaya então o caminho lhe indicou.
Tinha certeza de que seria destroçado
por seu irmão mais feio que o pecado!
Stoisha agradeceu, montou a cavalo
e pela longa vereda então partiu;
defendido por levadiça e largo valo,
um castelo portentoso à frente viu;
estava aberto e sem medo penetrou,
até encontrar somente uma mulher:
mostrou-lhe o lenço e reconhecê-la quer.
“Tu és Yadranka, minha irmã perdida:
por vocês três eu saí a procurar,
cada dragão novo caminho a me indicar...”
“Sim, sou Yadranka e tenho dragão por carcereiro.”
Ai, meu irmão, que coisa perigosa!
Bauck é o pior, mesmo sendo só o terceiro,
vai te matar e deixar-me desgostosa!...”
“Primeiro mostra-me onde há comida, irmã!”
Ela mostrou três bois assados e três jarrões
de vinho e mais três cestas de pão e biscoitões!...”