O MATADOR DE DRAGÕES CAP 8
O MATADOR DE DRAGÕES VIII – 2 JAN 2022
Depois Stoisha foi até a pradaria,
em que Stalavay andava à solta.
Melhor cavalo que qualquer escolta!
Facilmente recobrou a sua confiança,
pois costumava montá-lo às escondidas;
deu várias voltas e confirmou que não se cansa;
a sela e as albardas estavam recolhidas
em um desvão da velha estrebaria.
Finalmente, com toda a discreção,
sentiu-se pronto para iniciar sua expedição.
Mas decidiu que só iria partir à noite,
sem que seus súditos o pudessem dissuadir;
esperou que todos fossem já dormir
e só da mãe foi dar último adeus:
“Filho, tenha cuidado e volte para mim!”
“Assim farei, sendo a vontade de Deus;
mas nunca vi as minhas irmãs, que enfim,
não me conhecem! Não vou chegar afoite,
não há um sinal que nos reconheçamos?”
“Tenho três lenços para tais reclamos...”
“Cada uma delas me bordou um deles
e os conservo com o máximo carinho,
não vá perdê-los ao longo do caminho!”
“De qualquer modo, tenho as armas e o escudo
e hão de lembrar do cavalo Stalavay,
que o acompanhou em todo o transe agudo.”
“A montaria era exclusiva de teu pai,
mas com os lenços o reconhecimento seles,
somente os mostres no momento necessário,
caso o encontro se demonstre mais precário.”
Assim Stoisha empreendeu a sua jornada,
toda em segredo, sem alertar as sentinelas,
sem que ninguém o espreitasse das janelas;
por algum tempo, seguiu a longa estrada,
mas em breve já não sabia aonde ir,
ao deparar com uma ampla encruzilhada:
“Stalavay, quem sabe vais me dirigir?”
E o cavalo, sua rédea já afrouxada,
tomou a direita, sem qualquer hesitação;
por vários dias por tal vereda vão.
O sol brilhava forte no caminho,
Logo Stoisha e Stalavay sentiram sede;
nenhuma fonte ou riacho havia adrede,
até que viram, ao longe, uma cidade
e para lá se dirigiram, bem depressa;
havia uma praça muito bem aparelhada
e de uma fonte um chafariz alegre desce.
Stoisha só se aproximou devagarinho,
mas como ninguém a sua presença contestou,
rapidamente de seu cavalo desmontou.