Numa rua bem arborizada,
Com construção autorizada,
O homem uma casa ergueu.
Tão feliz o homem prometeu:
Nesta casa tristeza não morará
Aqui só imensa alegria residirá.
Mas o tempo acelerado passou
E o sonho do homem fracassou
Na bela casa ninguém quis morar
E ela parecia querer desmoronar.
Crianças em bando à rua chegaram
Olharam e com o dedo apontaram
A bela casa solitária, triste e torta.
Procuraram uma entrada, uma porta
Para olhar seu interior desconhecido
Assunto para os vizinhos proibido.
Mas a casa se fechava mais e mais:
Deixe-nos entrar, somos legais.
Disseram em um só tom as crianças
Poderemos restaurar a esperança.
Teimosa a casa triste, torta e solitária
Vivendo uma situação tão precária
Desabou indo tudo parar no chão
Prova de que não existe construção
Que sobreviva à solidão e a tristeza.
Por isso o homem tem toda certeza
Se guarda-las por muito no coração
Verá sua casa solitária caída no chão.
01/05/22
(Maria Hilda de J. Alão)