O CASTELO ASSOMBRADO CAP 7

O CASTELO ASSOMBRADO

Capítulo Sete – 27 nov 21

No mesmo instante, do meio da lareira,

surgiu um gato, com pelo cor de fogo,

em pé, a carregar uma bandeja...

“Eu te agradeço, embora seja a rogo

de teu patrão que a cortesia se enseja...”

O gato serviu a mesa e foi-se à beira

da lareira, com seu fogo fulgurante,

de onde tirou duas garrafas de vinho,

que sobre a mesa, com cuidado, colocou

e as abriu com gentileza e até carinho

e então de novo no fogo se assentou!

O forasteiro surpreendeu-se por instante,

porém seu leve suspiro foi bastante:

o grande gato transformou-se num leão,

mas seu rugido estava mais para miado!

O visitante escondeu sua emoção:

“É com tuas patas que o fogo é atiçado?

Nunca vi coisa assim tão interessante!...”

E embora já jantara na estalagem,

fez as honras à saborosa refeição

e de excelente safra tomou o vinho.

Bem satisfeito, se estendeu no cadeirão:

“Quase uma cama, bem confortavelzinho...”

E adormeceu, dando outra prova de coragem.

Algumas horas depois, alguma coisa o despertou

e viu que o cadeirão à frente se ocupara

por um indivíduo singular, cuja visão

a qualquer outro visitante já espantara:

era um homem, bem vestido à ocasião,

mas que a cabeça sobre a mesa colocou!

O jovem teve só um estremecimento,

recuperando-se bem rapidamente:

“Senhor castelão, por sua hospitalidade

eu agradeço, mas não preciso, realmente,

de sua cabeça devorar, pois na verdade

nem sobremesa me apraz neste momento!”