Num cavalo imaginário voei
Visitei a lua e o céu
Naveguei sem medo e confiante
No meu barquinho de papel!...
Nas poças de lama brincava
Corria atrás dos pardais
Frutas deliciosas colhia
Rezava nas catedrais!
Confessava meus pecados
Para o padre na capela
Não tinha nenhuma gravidade
Era só rezar e acender vela!
Nas cirandas de roda toda noite
As meninas inspiradas recitavam
Os meninos felizes e galantes
Queriam conquistar namoradas!
Minha infância! Minha infância!
Por quê lhe abandonei?
Naquele ontem divino
Ao qual nunca mais voltei...
Hoje corro nos trilhos
Do bonde que envelheceu
A Estação da Saudade
Sem lua e sem sol: feneceu!