PERSEU E AS GÓRGONAS CAP PRIMEIRO
PERSEU E AS GÓRGONAS
(Mitologia helênica, versão poética William Lagos, 19/8/14)
(Para o Dr. José C. T. Giorgis) -- Revisado a 18 nov 2021
PERSEU E AS GÓRGONAS I – 18 nov 21
Acrísio, o rei de Argos, muito ansiava
por ter um filho que no trono o sucedesse;
à sua esposa Eurídice muito amava,
embora só uma filha ela lhe desse;
e a resposta que tanto procurava
deu-lhe o Oráculo, depois que o consultasse:
Em tua alegria, a tristeza está presente,
pois serás morto por teu filho, finalmente.
A Acrísio amedrontou a profecia
e desistiu de qualquer filho, prontamente,
mas escutando o que a esposa lhe dizia,
mandou afogar cada um filho inocente
que de suas servas a luz do mundo via,
mas uma delas advertiu-o, friamente:
“Tua filha Dânae ainda é uma criança,
Porém por ela sofrerás a minha vingança!”
Destarte, o rei a mandou encerrar
em alta torre, próxima ao castelo,
pois sozinha não poderia engravidar.
Talvez devesse à sua vida por um selo...
Mas se eu morrer, quem minhas cinzas vai honrar?
E muito embora seu coração fosse de gelo,
fez que lhe dessem todos os cuidados,
sem permitir que tivesse namorados...
A mãe de Dânae era sua própria esposa,
a mesma Eurídice, que outros filhos não tivera;
matar a própria filha, ação maldosa,
contrariaria a moral que mantivera
o povo helênico como sendo a mais preciosa;
por má que fosse a profecia que recebera
da Pítia, seu sangue não podia derramar
e ao mesmo tempo, não a queria preservar...
Foi-lhe explicado então que a profecia
da Pitonisa de Delphos, onisciente,
às mãos de um neto a morte lhe previa;
um neto é filho duas vezes, certamente...
Mas cada aedo o seu poema redigia
como melhor lhe fosse conveniente,
ou talvez para obter a recompensa
de qualquer rei com diferente crença...