O GIGANTE CANIBAL CAP 7

O GIGANTE CANIBAL – 26 SET 21

Capítulo Sétimo

“Mas o que queres de mim, seu desgraçado?”

E um enorme carvalho ele arrancou!

Facilmente o teria com a árvore esmagado,

porém Teddy, ainda mais fácil, se escapou!

“Nada podes contra mim, caro gigante,

só se puderes dar um salto triunfante

ou em veloz corrida me vencer,

só me atacando não poderás nada fazer!”

“Mas é claro que te consigo superar

com minhas pernas imensas na corrida

e muito mais alto eu poderei saltar

que uma criatura tão pequena e desnutrida!”

“Então vamos fazer aposta, queres?

Só me devoras se na corrida me venceres,

porém eu sei que és potente feiticeiro,

se eu vencer, ganho um desejo bem ligeiro!”

“Está certo, eu te darei um dom!”

“Mas primeiro, tu deves me jurar,

com Palavra de Gigante, de bom tom!

É minha vida que na aposta vou arriscar!”

“Pois então faço esse inútil juramento,

se me venceres, concedo-te um portento!”

“Bem, então desce daí, vem me pegar!”

E com suas asas, para longe foi planar...

O gigante saiu inteiro da caverna

e com um pulo que fez tudo estremecer,

pisou no vale, que com seu peso aderna

e atrás de Teddy começou a correr!

“Vê se consegues dar um salto maior!”

Disse Teddy, voando com vigor,

bem mais alto que o gigante alcançaria,

que ainda mais alto jurou que pularia!

Mas de que jeito? Quanto mais pulava,

com suas asas mágicas, mais Teddy alcançava!

“És pesado demais para pular!

Pois vamos ver se consegues me alcançar!”

E nesse meio tempo, a gente toda,

desesperada, que fugia à roda,

para maior distância foi fugindo,

alguns de alívio já estavam quase rindo!

Assim Teddy foi o gigante desviando

para uma região desabitada,

um terremoto quase ali causando,

sempre que Krom dava mais uma passada!

E finalmente, chegou à beira-mar,

a praia facilmente a atravessar

e foi pousar, sem sentir o menor medo,

na projeção alcantilada de um rochedo!

O gigante veio correndo atrás,

porém na areia e na lama se afundou!...

“Então, monstrengo, não me perseguirás?

Com esse tamanho, nunca antes nadou?”

“Mas eu não posso, fiquei quase enterrado,

quanto mais tento, mais fico atolado!”

“Eu sei um jeito de te desenterrar,

mas não me arrisco, porque podes me pegar!”

“Não, Senhor Elfo, eu juro que não tento

e reconheço que por você fui derrotado!”

“Bem, nesse caso me deves um portento...”

“Eu jurei e assim será realizado!”

“Quero que chames das Ilhas Afortunadas

a sua princesa por quem são governadas,

e ainda consigas que me dê sua mão,

seja minha esposa e dê também seu coração!”

O gigante até pensou em discutir,

mas a lama já chegava à sua cintura

e então rugido tremendo fez ouvir,

para os tímpanos de Teddy foi tortura,

porém era um real brado de magia,

com suas palavras convocar ele podia

essa princesa, com veraz potência:

como afundava, imprimiu máxima urgência!

Bem à distância, nas Ilhas Afortunadas,

chegou o feitiço, de forma contundente,

as ordens mágicas assim comunicadas,

ela ordenou que navio, urgentemente,

fosse aprestado, pois queria viajar!

A sua vontade não costumavam contrariar,

mesmo porque o tal encantamento

de toda gente confundia o julgamento!

William Lagos
Enviado por William Lagos em 19/10/2021
Código do texto: T7367349
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