O C I S N E
O C I S N E
Nas verdes águas lacustres, silenciosas
Atapetadas de lindas algas floridas
Mais parece um jardim de margaridas
Em manhãs primaveris de sol radiosas
Um alvo cisne, mui belo, majestoso
Mirava aliciado, os reflexos fulgidos...
Que projetados nas águas translúcidas
Ali espelhavam seu porte garboso!
Envaidecido, cheio de galhardia
Desprezava patos e gansos da lagoa.
Até que humilhados por quem tanto caçoa...
Fizeram-lhe pagar tamanha ousadia!
Depenaram suas alvas e diáfanas plumas
Perdendo o cisne toda sua estesia
Agora nas águas já nem se reconhecia...
De pescoço pelado e asas sem plumas!
Assim, vendo-se humilhado... sem beleza!
De suas alvas plumagens desprovido,
O cisne puído da vaidade - vencido!
Perdeu todas as manias de grandeza.
São Paulo, 01 de abril de 1964
Armando A. C. Garcia
e-mail : armandoacgarcia@ibest.com.br