O SABIÁ
O SABIÁ
Mal a aurora despontava
O sabiá já cantava
Bem do alto da amoreira
À tardinha retornava
P’ra cantar o trá-tá-tá
Que seu gorjeio entoava
Só quando a lua surgia
E o silêncio se ouvia
O sabiá se calava!
Mas mal ela se escondia ...
Rasgando as trevas, o dia
O sabiá retornava.
E seu siri-fririsi
O sabiá entoava
Em seus sonoros cantares
Com melodias diferentes
Como “piedade-sinhô “
A todos ele encantava
Até que um caçador
Maldoso o aprisionou
Colocou na gaiola
O sabiá, jamais cantou !...
Armando A. C. Garcia
São Paulo, 28/10/2004