LENDAS DO INTERIOR

O que o medo não faz

No tempo da escuridão

Se via miraanga e fantasma

Se vivia num mundo sem noção

A noite o clarão da lamparina

Lumiava não muito longe

Clareava o caminho da sintina

Não onde a visagem se esconde

Calça Molhada só sentia o vulto

Que aparecia pras mocinhas

Não se via a figura, só o barulho

Que as deixava todas arrepiadinhas

A Porca Velha muita gente falava

Que aparecia na noite de lua cheia

Uma velha barbuda que se ingirava

Fuçando nos terreiros as poças de lameira.

A coruja agorenta com seu canto

Com o som de um pano rasgado

Premedita morte como encanto

Também chamada de rasga-mortalha

Matinta Pererê, é velha bruxa

Que em rasga-mortalha a noite se ingira

Com assobio estridente nos assusta

E que no outro dia nos visita.

(Diz as  lendas).

Salve os escritores e poetas

Viva a Poesia regional

Que de melhor não se tem igual

Manaus, 14/04/2021

Poeta filho de Urucará

A princesinha do Baixo Amazonas