PONTA DA RIBANCEIRA

Lá havia um banco fincado

Onde a gente se reunia pra conversar

Era um lugar calmo reservado

A gente via o barco chegar

Nas noites lindas de luar

O brilho da água do rio refletida

Os aparelhos no céu andar

O adeus no momento da partida.

Os carapanãs zunindo ferravam

Os vagalumes passavam piscando

Os sapos com seus roncos coaxavam

Os peixes no Rio se espantando

Era momentos de alegria e felicidade

Não tinha luz a gente vivia escuridão

O silêncio imperava na cidade

O medo era o famigerado Bicho Papão.

De dia via-se o navio chegar

O Rio secar e o Rio encher

O pescador na canoa atravessar

A noite chegar e escurecer.

Aí meu Deus, que saudade

Da ponta da ribanceira.

Salve os escritores e poetas

Viva a Poesia regional

Que de melhor não se tem igual

Manaus, 14/04/2021

Escritor e poeta de Urucará

A princesinha do baixo Amazonas.