Uma flor

A professora diz à criança:_ me faça uma flor, por favor?

Entrega a ela um lápis e papel somados a sua imaginação.

A criança senta em um canto, sozinha com a sua invenção.

Ninguém jamais a ensinou fazer o desenho, sequer a cor.

Em instantes: linha pesada, e outra absolutamente leve.

Tantas mais em todas as direções, com força e com vagar.

Papel e lápis em um namoro, a ponta no branco a beijar.

Prossegue; retas, curvas, transversais, a criança se atreve.

De repente vem com um sorriso inédito: olha a minha flor!

Nem era parecido, mas a palavra flor viajou por seu interno.

Era como se cada linha, cada cor se jogassem para o eterno.

Aquilo foi feito com inocência e presença sincera de amor.

Linhas que Deus extraiu da profundeza do seu caderno.

E conduziu os dedos e mente da criança num ato paterno.

Uberlândia MG

com base em: Almada Negreiros

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 05/03/2021
Código do texto: T7199374
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