Curvinha da estrada
Nesta curvinha da estrada,
Onde passa boi e também passa boiada.
Existe um lugar, debaixo da árvore,
Que sempre alguém se apavore.
Passando por ali, ouvindo uma canção,
Escuta um forte barulho, uma assombração.
Faz o homem correr,
Tremendo de medo, podendo até morrer.
A lenda diz que o escravo Manoel,
Que lia e escrevia em um papel.
Fugia da labuta todos os dias,
Para contar as suas alegrias.
Em um dia de sol forte,
Com vento soprando do Norte.
O capanga da fazenda do Padilha,
Escondeu no mato e fez a armadilha.
Pobre Manoel foi pego,
Levado para um rego.
Sofreu com todas as chicotadas,
Nos risos e piadas.
Morreu o pobre coitado,
Sendo enterrado, ali todo açoitado.
Sobre o corpo fraco e ensanguentado,
Seu escrito novo, todo amarrotado.
Quem ali passa escuta um gemido,
Das açoitadas levadas pelo fugitivo.
Belos versos são ouvidos,
Para amenizar os gemidos.