Curvinha da estrada

Nesta curvinha da estrada,

Onde passa boi e também passa boiada.

Existe um lugar, debaixo da árvore,

Que sempre alguém se apavore.

Passando por ali, ouvindo uma canção,

Escuta um forte barulho, uma assombração.

Faz o homem correr,

Tremendo de medo, podendo até morrer.

A lenda diz que o escravo Manoel,

Que lia e escrevia em um papel.

Fugia da labuta todos os dias,

Para contar as suas alegrias.

Em um dia de sol forte,

Com vento soprando do Norte.

O capanga da fazenda do Padilha,

Escondeu no mato e fez a armadilha.

Pobre Manoel foi pego,

Levado para um rego.

Sofreu com todas as chicotadas,

Nos risos e piadas.

Morreu o pobre coitado,

Sendo enterrado, ali todo açoitado.

Sobre o corpo fraco e ensanguentado,

Seu escrito novo, todo amarrotado.

Quem ali passa escuta um gemido,

Das açoitadas levadas pelo fugitivo.

Belos versos são ouvidos,

Para amenizar os gemidos.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 26/07/2020
Código do texto: T7017361
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