O VENDEDOR DE PICOLÉS
Cotidianamente segue
Aquele menino-rapaz
Sempre gritando “óia” o picolé
Gritando “óia” o picolé...
Depois de várias voltas
Pelas ruas da cidade,
Volta á tardinha para casa,
Muito cansado
Em seus bolsos,
Alguns trocados,
Em seu rosto uma,
Expressão de muita alegria,
Pois o sol, durante o dia,
Estivera muito quente,
Por isso mesmo o menino
Estava muito contente,
Afinal de contas, ele vendera picolés
Para Raimundo e todo mundo...
Outro dia,
Outra decepção
Tira-lhe a alegria
De seu coração,
Pois encontrou uma ‘’turminha’’
Que chupou todos os seus picolés,
E, ainda deu-lhe uma surra,
Acabando com toda a alegria que
Ele adquiria em dias anteriores...
Assim é a vida de muitos
Picolezeiro que vivem
Nestas cidades cruéis...
Rondonópolis, 27 de agosto de 1991.