As cartas
Em uma folha toda bordada,
Cheia de pequenas flores
Nas várias cores.
Pintada na cor vermelha,
O nome do amado.
Recheada de muitos corações,
Flechados pela flecha do amor.
Diziam belos versos,
Em alguns erros da língua,
Trocando o “x” pelo “s”.
A letra meio trêmula,
Pois já era início da adolescência.
Falava muito em Ciência
Para tentar explicar o amor.
O nome do amado era escrito em letras maiúsculas,
Pois queria fixar bem a atenção.
Dizia em certos trechos,
Sempre “Eu te amo”.
Trocava a carícia de uma letra,
Sempre mencionando o coração.
A alma pura e serena,
Não sabia o que era o verdadeiro amor.
Cartas, aliás, as primeiras cartas de amor,
Na assinatura,
Uma marca dos lábios de batom.