Brincando com o lápis
Domingo frio,
Ventos soprando do horizonte.
Na janela, ouvia-se um pequeno assobio.
Era o vento.
Deitado na cama,
Obducto em cobertores,
Vestido com um paletó.
Uma pequena mesinha no colo,
Uma folha de papel em branco.
O lápis médio, na madeira negra.
Com um pontinho,
E puxando para baixo,
Fiz a letra I.
De índio, de inteiro...
Puxei um pouco mais e fiz a letra P.
Pato, pátria, pai.
Pensei mais uma vez,
Fiz a letra R.
Romântico, Rei, Roma.
Experimentei colocar uma vogal.
Fiz uma palavra.
Então fiz mais uma palavra.
O sujeito precisa vir,
Também o predicado,
Quem sabe o objeto direto.
A vírgula queria aparecer,
Juntamente com o ponto, etc.
Fui fazendo isto bem lentamente.
Quando terminei,
Surgiu uma poesia.