ASTRONAUTA
Eu queria um foguete.
Não daqueles que os cientistas fabricam,
Nem dos que ao subirem para o espaço podem me matar numa explosão,
Atravessando a atmosfera e outras feras.
Mas um foguete feito de idéias.
Só pra sair um pouco do meu mundo.
Ele anda meio chato ultimamente.
Um foguete para alcançar outros planetas,
Também feitos de idéias,
Umas mais quentes, outras mais frias,
Mas todas orbitando por aí no espaço inexplorado. Imenso.
Meu foguete não atravessaria atmosferas,
E sim limites.
Desafiaria não a gravidade,
Mas a criatividade. A minha, pelo menos.
Não explodiria em pedaços deixando só um "cotoco" voando,
Mas que quanto mais subisse, maior ficaria.
Subindo e crescendo... subindo e crescendo.
Eu me pergunto:
Será que existe vida em outras idéias?
Invasores do bem ou do mal?
Campos gravitacionais filosóficos?
Anéis iguais ao de Saturno,
Mas gramaticalmente redondos?
Ortograficamente redondos?
Ou não. Podem ser ovais. Basta o anel ligar as pontas e fechar.
Quantas luas poéticas devem existir?
Cometas inspiracionais?
Galáxias lácteas...
Com café, bolo, manteiga e pão?
Seja o que for, eu seria um astronauta corajoso.
Descobriria um por um. Cada mundo novo,
Somente aguardando que alguém o encontre e conquiste.
Buscando sempre mais e mais.
Imitando vilões de filmes eu diria:
"Todo esse universo será meu!"
E de todos aqueles que quiserer vir comigo.
No meu foguete ou no deles mesmos.
Tem espaço pra todo mundo.
Então,
Descobrindo, infinitamente o que Deus já criou,
Viveria para sempre ali,
Subindo e crescendo... subindo e crescendo.
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Texto criado para interagir com os textos de:
DIOGENES LESSA: BLOQUEIO CRIATIVO
ROBSON LIMA KEY: O PESCADOR DE PALAVRAS
Outro texto criado no "ócio" do estágio numa sala de sétima série em escola pública.