Estrela da Manhã
Ora,
pois estavam Tainá
e Anatole sozinhos a brincar
aqui e acolá.
Primeiro dia de aula na escola
coração não parava de pular.
Professora, professora,
os alunos não paravam de falar:
Lição é para os fracos!
Nós queremos só brincar!
E Tainá com a atenção
presa no seu livro de desenhos
sequer se preocupava
com a bagunça a perturbar.
Anatole se queixou
do cabelo desgrenhado.
Mamãe disse que era um Sol,
mas parecia mais um tornado.
Tainá fechou o livro
indignada com a questão.
Anatole, seus cabelos parecem o Sol
quando ele acorda bem cedinho.
Que besteira de falar,
olha esse tanto de cachinho!
Anatole ficou sem graça,
a bochecha avermelhada,
pois Tainá quem parecia um Sol
com aquela pele tão dourada.
Olha só que engraçado,
Anatole quem bradou,
meu nome significa amanhecer,
foi mamãe que me falou.
Tainá abriu a boca
em ares de puro espanto.
O meu também significa
alvorecer, que encanto!
A professora olhou de lado
o diálogo tão engraçado.
Chamou os dois à frente
para que aquele acaso fosse contado.
Tiveram vergonha, mas logo passou.
Eram estrelas da manhã,
amanheceres,
alvoradas,
aquilo não havia mudado.