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GATO FUJÁO
 
 
Bichano bastante ingrato,
esse fujão do meu gato.
 
Foge, quase toda dia,
que nem um cão não faria.  
 
Tem casa, tem comidinha,
mas vai além da vizinha.
 
Um dia, dois, até três
fica fora o bom-burguês.
 
Mete os pés o vagabundo
pelas entranhas do mundo.
 
Sujeito fujão, meu gato,
que só me faz desacato.
 
Adiante ter carinhos,
e palmilhar mil caminhos?
 
Deveras chato, o bichano;
e mais! – já foi pelo cano.
 
O pobre chegou ferido,
pra não ser tão mal-ouvido. 
 
Pílulas, cicatrizante...
Ei-lo bonzão, num instante.
 
Ô gatinho sem-vergonha!
Ele não segue a cegonha.
 
 
Fort., 07/01/2019.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 07/01/2019
Código do texto: T6544998
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