Aninha e o Canarinho

Uma menina bondosa

Que se chamava Aninha,

Com os pais, ela morava,

Numa aconchegante casinha.

Aos oito anos de idade,

Ganhou de sua madrinha,

Um delicado presente,

Que jamais vira Aninha!

Ela achou muito estranho,

Do Canarinho, a morada

Que lhe deixava tristonho:

Uma gaiola dourada.

A gaiola era linda!

Aninha pôs-se a pensar:

"Um pássaro indefeso,

Preso, não mais vai cantar!"

Do seu mais novo presente,

Aninha teve cuidado;

E do doce Canarinho,

Jamais ouviu um trinado!

"Oh! O pobre Canarinho

Não mais deseja cantar

E nem alegrar alguém!

Ele não pode voar…!"

Silencioso e triste,

Nenhum trinado emitia;

Ficava muito tristonho,

Mesmo tendo regalias…!

Com olhos lacrimejantes,

A menina a esperar

Noite e dia, à gaiola…

E nada dele cantar…!

Perguntou ao Canarinho

Por que não o ouvia cantar…;

E de maneira suave,

Ele se pôs a falar:

"Eu vivo longe do ninho

E choro todos os dias.

Quero o vento e o sol

Como minhas regalias!

A minha frágil plumagem

Já começa a desbotar…

Aquela brisa suave…

Não mais pode me embalar!"

Com o coração palpitando,

Começou a implorar:

"Abre a porta da gaiola,

Eu quero voar, voar…!"

Com pena do passarinho,

A menina, finalmente,

Da gaiola, abriu a porta,

Ele voou…! De repente,

Ouviu um canto alegre,

Tão suave e afinado!

Aninha o imitou,

Num assobio orquestrado…!

Vendo o Canário voar,

De volta à natureza,

Aninha se alegrou!

...............................

REGISTRO, EM DESTAQUE, A INTERAÇÃO POÉTICA DE Maria Tereza

Bodemer, COM OS VERSOS A SEGUIR:

Aninha se alegrou

quando o trinado ouviu

do canarinho encantado

cuja gaiola lhe abriu.

quartzo rosa
Enviado por quartzo rosa em 22/12/2018
Reeditado em 12/01/2019
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