A Lagarta no Jardim
1
Uma pequena lagarta
Se arrastava pelo jardim
Procurando uma refeição farta
Antes que chegasse o seu fim.
A Lagarta avistou uma roseira
De uma beleza sem igual
Cruzou então aquela fronteira
Como quem se aproxima de um pedestal.
“Com licença bela Rosa”
Disse a Lagarta para a flor formosa
Com as faces coradas.
“Posso comer das suas folhas?”
Perguntou com palavras falhas
Á flor de pétalas rosadas.
2
A bela Rosa carmim
Olhou para a Lagarta
Desprezando por fim
A sua dor amarga.
Sem da sua dor se apiedar
A Rosa a Lagarta enxotou
E a pobrezinha acabou por voltar
Ao lugar onde começou.
“Está ficando louca?”
Questionou com sua linda voz rouca
Exibindo seus espinhos.
“Não vou alimentar uma coisa tão feia”
Esnobou ignorando uma terceira
Que assistia aos seus vizinhos.
3
Uma simples Margarida
Uma folha a Lagarta estendeu
Que ás lagrimas pegou agradecida
O alimento que recebeu.
A Rosa esnobe bufou
Pela cena presenciada
Mas a Margarida nem ligou
Ao ver a Lagarta sorrir encantada.
“Obrigado por salvar minha vida”
Disse ela a Margarida querida
Que passou então a ser amada.
“Eu nunca irei me esquecer”
A Lagarta não deixou de prometer
Antes de partir novamente em sua jornada.
4
O tempo assim passou
Naquele pequeno jardim
A Lagarta nunca voltou
E a Margarida se questionou do seu fim
As flores estavam em floração
Quando uma Borboleta surgiu
Esperando pela polinização
A linda Rosa se exibiu
“Me escolha Borboleta charmosa”
Disse com sua voz sedosa
Para o inseto colorido
“Eu sou a melhor opção”
Desdenhou a pobre Margarida então
Deixando-a de coração partido
5
Mas para a surpresa de ambas
A Borboleta escolheu a Margarida
E a deixou de folhas bambas
Quando beijou sua prometida
Então a Margarida reconheceu
No seu verde coração
A Lagarta que ela acolheu
Na ultima estação
“Disse que não iria me esquecer”
Falou a Borboleta fazendo crescer
O sorriso da Margarida
“Você é mais do que apenas um perfume”
E a Rosa se consumiu em ciúmes
Com sua verdadeira face exibida.